Desperdício Alimentar – Prejudica o Ambiente, Prejudica-nos a Todos

Nos dias que correm, como consumidores devemos ser mais conscientes das nossas escolhas. O que compramos, onde compramos, em que quantidades, de onde vêm estes produtos, como foram plantados – tudo questões importantes para as quais nem sempre é fácil encontrar resposta.  

A indústria da produção alimentar utiliza e desperdiça muitos recursos e só recentemente é que se começou a pensar na sustentabilidade desta indústria que tem um grande impacto ambiental.

Apesar disso, 50% do desperdício alimentar ocorre também nas nossas casas. Isso quer dizer que podemos solucionar metade deste problema mudando alguns dos nossos hábitos!

Dicas para Reduzir o Desperdício Alimentar em Casa

1. Planear

Planear antecipadamente as nossas refeições para a semana é uma forma de sabermos ao certo o que precisamos de comprar e em que quantidades. Podemos também planear consoante o que já temos em casa e complementar isso quando formos às compras. Há inclusive aplicações para o smartphone que nos sugerem receitas com base naquilo que temos em casa. 

Desta forma evitamos as compras de impulso e cria menus mais equilibrados e variados. 

2. Comprar

Sempre que possível, compre produtos:

a granel: nem todos as superfícies comerciais têm esta opção mas cada vez mais sítios têm. É mais eficiente comprar comida nas quantidades certas assim, e evitamos usar tantas embalagens também. 

locais: para além de serem mais frescos e nutritivos, evita-se a poluição dos transportes de longa distância e apoiamos os produtores locais. 

biológicos: estes produtos são produzidos sem pesticidas. Assim podemos aproveitar todo o produto, incluindo as cascas onde se acumulam tantos nutrientes – mas também os pesticidas no caso da agricultura não biológica. 

Há cada vez mais produtores que vendem cabazes de produtos biológicos de vários tamanhos, com várias opções de produtos e alguns até entregam ao domicílio.

feios e deformados: a qualidade é a mesma e o preço pode ser menor. Há iniciativas para combater o desperdício alimentar que se focam mesmo na revenda de produtos rejeitados por serem “feios”.

3. Prazos de Validade 

É útil sabermos as diferenças entre prazos de validade:  “Consumir até…” aplica-se a produtos perecíveis e é para ser levado à letra, já que quando os consumimos depois dessa data consumi-los corremos o risco de adoecer. “Consumir de preferência antes de…” aplica-se a produtos não perecíveis, embalados ou enlatados e, tal como o nome indica, é uma “preferência” – não é imediatamente lixo e é seguro consumi-los depois desta data.

Quando vemos promoções generosas ou o famoso “leve 2 pague 1” aplicado a produtos no fim da sua validade, devemos avaliar se precisamos mesmo dessa quantidade de produto ou se o barato vai acabar por sair caro.

4. Conservar e armazenar

Quando abastecemos o nosso frigorífico ou despensa devemos:

– Ter atenção à temperatura ideal para frigorífico (1 a 5º C) e do congelador (-15 a -18ºC);

– Cumprir as instruções das embalagens dos produtos;

– Organizar correctamente os produtos – quando compramos um novo produto este deve ser colocado atrás do mais antigo tanto no frigorífico como na despensa. Assim o produto mais antigo será o primeiro a ser utilizado; evitando assim tanto a formação de bolores como a utilização do produto com prazo mais longo em vez do produto com a validade mais curta.

5. Cozinhar

Quando preparamos as nossas refeições, devemos ter a certeza de que estamos a cozinhar doses adequadas ao número de pessoas que depois vai consumir essa refeição. 

No caso de não termos oportunidade de cozinhar diariamente e precisarmos de cozinhar mais refeições para outros dias, o ideal é depois congelar cada dose individualmente.  Na altura de servir devemos optar por porções mais pequenas e depois repetir se quisermos mais. Comer em demasia prejudica a saúde e conduz ao desperdício.

6. Aproveitar

O que fazer quando sobra comida?

Podemos guardá-la no frigorífico, preferencialmente dentro de um recipiente de vidro transparente que irá aguentar-se cerca de três dias desta forma. Podemos levar essa refeição para o trabalho ou consumi-la noutra ocasião.

Congelar pão às fatias, ervas aromáticas em cuvetes com azeite, fruta madura para fazer gelados batidos e bolos.

Fazer caldos, compotas, pickles, smoothies –  existem mil e uma receitas para aproveitamento de sobras ou diferentes formas de utilizar os ingredientes que temos. Estão à distância de um clique, são gratuitas e valem sempre a pena explorar!

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